domingo, 9 de setembro de 2012

O Realismo e o Naturalismo



Realismo

O realismo surgiu nos últimos anos do século XIX na Europa depois do fracasso da revolução francesa, num momento artístico e literário em relação ao romantismo. Teve inicio no Brasil oficialmente em 1881 om a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, e em Portugal , iniciou em 1865.

Momento Histórico

O uso de maquinas e novos recursos tecnológicos foram deixados milhares de trabalhadores (a maioria rurais) sem emprego e proporcionando grande crescimento econômico, porém, vários desabrigados. A partir dessa triste realidade, nasceu o realismo para refletir a preocupação de investigar a realidade e descrevê-la como ela realmente é, mostrar suas verdades, ressaltando o lado mais sombrio e real dos fatos. Em um certo período da história do Brasil, passava por diversas mudanças politicas e econômicas, o fim do tráfico de escravos e o fim da escravidão, além disso tem o período da queda açucareira a proclamação da republica e a evolução industrial. Tudo isso interferiu na literatura que reagiu contra as propostas românticas e assim começou o realismo. O movimento em um Brasil mais moderno com ideia liberais deixando de lado a novela para dar espaço a verdade.

Naturalismo

Escola literária que surgiu na França em 1970, ramificação do realismo. Faz uma retratação da sociedade de uma forma clara. Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais etc. A exploração de temas traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público.

O progresso acelerado das ciências naturais, o amadurecimento da ideologia positivista e a culminação do realismo abriram caminho, no final do século XIX, para a afirmação da estética naturalista.
Nessa época começam a se destacar ideias de liberalismo e democracia. Algumas doutrinas científico-filosóficas da época deixaram marcas visíveis na produção literária.
Os romances naturalistas destacam-se pela abordagem aberta e direta, que na época se tornou chocante e inovador.
Grupo 1 : Alunos que ajudaram : Rute Lessa, Walysson Sousa e Alex Gomes.

O Realismo em Portugal 

O realismo em Portugal se inicializou com a chamada Questão Coimbrã.
Antero de Quental publicou um livro chamado “Odes Modernas” que foi julgado rigorosamente por Castilho, dizendo que o livro não se encaixava no padrão romântico, daí começou uma briga. Para não deixar barato, Antero de Quental publicou o artigo “Bom senso e bom gosto”. E então começou o realismo em Portugal.
Os principais representantes do realismo em Portugal foram: Antero de Quental, Cesário Verde e Eça de Queirós.
A Questão Coimbrã – de 1865, foi basicamente uma guerra com dois grupos: de um lado a Geração de 70, que era formada por jovens escritores de Coimbra, do outro lado Feliciano Castilho e outros escritores. Essa briga ocorreu durante alguns meses, com respostas de um lado e de outro publicadas em folhetos. A partir daí, em 1870 o grupo de jovens já mencionados anteriormente, criaram algumas conferencias, as Conferencias de Cassino Lisbonense. Nessas conferencias, a proposta dos jovens, eram de reformar a literatura e a sociedade portuguesa. Então, o Governo toma atitude e proíbe essas conferencias. Com isso o movimento literário foi apenas se fortalecendo.
Grupo 2 : Alunos que ajudaram : Cássia Cristina e Sarah Raphaela

Contexto histórico do realismo no brasil


No Brasil do Segundo reinado (de 1840 a 1889), impera o conhecido "parlamentarismo às avessas", quando o Imperador D. Pedro II escolhe o senador ou o deputado para o cargo de primeiro-ministro. No campo da economia, o Brasil, na metade do século XIX, ainda mantinha uma estrutura baseada no latifúndio, na monocultura de exportação com mão-de-obra escrava voltada para o mercado cafeeiro.
Por volta da década de 1870, no entanto, as oligarquias agrárias, que até então "davam as cartas" na economia e na política do país, sofrem pressões internacionais para o desenvolvimento do capitalismo industrial no Brasil, no sentido de um processo de modernização que se dá lentamente. Com isso cresce a mão-de-obra imigrante, desenvolve-se a indústria cafeeira no interior do estado de São Paulo e ferrovias são construídas. Ao longo dos trilhos, concentram-se as fábricas que dão origem à classe média urbana, que se insatisfaz com a falta de representatividade política. A Proclamação se dá em 1889, já que , a República não atenderia as ambições da classe média e dos militares. Então, representantes das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais passam a controlar o Estado brasileiro, por meio de uma aliança entre seus governadores que ficou conhecida como "Política do café-com-leite".
O tráfico de escravos foi extinto e a abolição da escravatura ocorreu em 1888. A falta da mão-de-obra escrava foi substituída pelo trabalho dos imigrantes europeus. 
Por causa do preconceito e da qualificação européia para o trabalho assalariado, o negro foi marginalizado socialmente. Com a queda da escravidão e do Império criou uma nova realidade no país; a vida social e cultural tornou-se mais ativa, ambas influenciadas por ideais europeus: liberalismo, socialismo, positivismo, cientificismo.

Período Realista

Período realista, assim como do naturalista, o romance, no Brasil, ganhou um novo alcance, a observação. Começou-se a escrever buscando a verdade, e não mais para ocupar os ócios dos leitores.
O Brasil, durante o período de passagem do Romantismo para o Realismo, sofreu inúmeras mudanças na história econômica, política e social.
O Realismo encontrou no Brasil uma realidade propícia para a ascensão da literatura, já que escritores como Castro Alves e José de Alencar haviam preparado o terreno. O país havia vivenciado fatos importantes como a Guerra do Paraguai (1864 – 1870), a campanha abolicionista, o fortalecimento da economia agrária. Podemos apontar algumas características da literatura realista em oposição à romântica: os cenários (focados em centros urbanos); a natureza não mais vista como reflexo dos sentimentos, mas dando vazão ao ambiente social; o amor visto de maneira irônica, sem exaltações, o casamento realizado para fins de ascensão social; o trabalho como parte da vida cotidiana das personagens.

O Realismo no Brasil e seus principais autores

Teve seu início, em 1881, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas  de Machado de Assis. Os romances e contos anteriores à década de 1880 revelam influências românticas, assim como Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Contos Fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873). Em meio às questões sociais, econômicas e políticas pelas quais o Brasil passava, a literatura reagia contra as propostas românticas com o surgimento do Realismo sob influência do positivismo. O positivismo era uma corrente filosófica que tinha como fundamento analisar a realidade brasileira.
Estão Raul d'Ávila Pompeia, Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay e o principal deles, Machado de Assis.
Entre as obras de Raul d'Ávila Pompeia estão O Ateneu  que é um exemplo impressionista na literatura brasileira, também considerada uma obra Naturalista. Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay destaca-se na literatura regionalista. Sua obra-prima, Inocência, é transitória entre Romantismo e Realismo. Machado de Assis contribuiu com grandes obras, como a introdução do estilo Memórias Póstumas de Brás Cubas, realizadas por Quincas Borba e Dom Casmurro. As três envolvem adultério e apresentam inúmeros temas sob uma ótica crítica e irônica, característica do autor. As obras Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro destacam-se por serem narradas em primeira pessoa, característica incomum no romance realista. Esaú e Jacó e Memorial de Aires figuram na fase filosófica e madura do autor, sendo, também, obras realistas. Machado de Assiscompôs cerca de duzentos contos.
Grupo 3 : Alunos que ajudaram : Daniela Morais, Diego Fernandes, Jhonata Oliveira e Esteffany

Características do Realismo

Veracidade: Demonstra o que ocorre na sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos
Contemporaneidade: descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de verdade.
Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana.
Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.
Amor: a mulher objeto de prazer/adultério.
Denúncia das injustiças sociais: mostra para todos a realidade dos fatos.
Determinismo e relação entre causa e efeito: o realista procurava uma explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos indivíduos.
Linguagem próxima à realidade: simples, natural, clara e equilibrada.
Grupo 4 : Alunos que ajudaram : Beatriz Suzane, Matheus, Tatiane, Gabriel, Karen, Pedro.

Característica do naturalismo

     O Naturalismo foi um movimento cultural relacionado às artes plásticas, literatura e teatro. Surgiu na França, na segunda metade do século XIX. Este movimento foi uma radicalização do Realismo.Combatia várias das manifestações sentimentais do romantismo e pretendia o equilíbrio a partir dos modelos clássicos. Os poetas parnasianos defendiam a poesia “perfeita” em sua construção: rimas raras, métrica rigorosa, elevado nível vocabular. Assim, propuseram uma poesia elaborada, que primasse pelo rigor formal. O soneto, poema de forma fixa de 14 versos, disposto em dois quartetos e dois tercetos, foi à composição poética mais explorada pelos parnasianos. O poema Vanitas, de Olavo Bilac, é um exemplo da poesia dessa época
Este movimento chegou ao Brasil no final do século XIX. Os escritores brasileiros abordaram a realidade social brasileira, destacando a vida nos corticos, o preconceito, a diferenciação social, entre outros temas. O principal representante do naturalismo na literatura brasileira foi Aluísio de Azevedo. Suas principais obras foram: O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço. Outros escritores brasileiros que merecem destaque: Adolfo Caminha, Inglês de Souza e Raul Pompéia.

Após o movimento do Realismo, que se limitava a retratar o homem em interação com o seu meio social, surge no Brasil o Naturalismo, que tinha como principal característica o emprego de temas voltados para a análise do comportamento patológico do ser humano. Essa nova escola literária baseava-se na observação fiel e científica da realidade, de forma bastante objetiva e detalhada, e também na experiência do indivíduo que, para os autores, era determinada pelo seu ambiente e hereditariedade.
A agressividade, a violência e o erotismo eram considerados pelos naturalistas parte da personalidade humana, já que o indivíduo era visto como fruto do meio em que vivia.
Além das características já citadas, o Naturalismo era tido como uma espécie de radicalização do Realismo, oposto ao Romantismo e firmado na prosa. O romance naturalista, de linguagem falada e abordagem aberta de temas, causou espanto na sociedade da época que por sua vez considerava os textos chocantes. No Naturalismo, os autores observavam a realidade, a sociedade, a natureza e o homem por meio de um método científico e suas visões eram determinista-mecanicistas, fruto das ideias positivistas e evolucionistas. O cientificismo exagerado transformou a sociedade e o homem em objetos de experiência. O importante era o conteúdo e não a forma. A inovação do naturalismo na literatura foi tamanha que a impressão que se tem ao se ler uma obra dessa escola é de se tratar de um texto atual, contemporâneo.
O MULATO de ALUSIO AZEVEDO Foi o primeiro romance naturalista que abriu as portas para esse movimento e representam artisticamente os problemas concretos de seu tempo sem nenhum tipo de preconceito ou convenção os personagens do romance, esta próxima as pessoas  comum e com problemas do dia a dia.
  O naturalismo e conta a igreja-que defende ideologias ultrapassadas como a monarquia e critica a burguesia que em cara os status românticos em geral e aproxima o homem ainda mais do real, o naturalismo apresenta a preocupação com o cientifico, comparação do homem com o animal, uso e temos a palavra   grosseiras e o uso de certo exagero.
 Contra o tradicionalismo romântico trata-se de uma arte engajada ela tem compromisso com o seu o momento presente e com a observação do mundo objetivo é exato e renovam a arte e focalizam o cotidiano conservado o natural.
Grupo 5 : Alunas que ajudaram : Artemisia Teixeira, Diana Kelly, Fernanda Siqueira, Karine Fernandes.

Realismo e Naturalismo

O Realismo é uma reação contra o Romantismo:
O Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.
(Eça de Queirós)
Em 1857 é publicado na França o romance "Madame Bovary", de Gustave Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura universal. O primeiro romance naturalista é publicado em 1867, sendo "Thérèse Raquin", de Émile Zola. No Brasil, considera-se 1881 o ano inicial do Realismo brasileiro, com a publicação de "O Mulato", de Aluísio Azevedo (primeiro romance naturalista brasileiro); e "Memórias Póstumas de Brás Cubas"", de Machado de Assis (primeiro romance realista do Brasil).
As características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico, refletindo as idéias do Positivismo, do Socialismo e do Evolucionismo. Manifesta o objetivismo, como uma negação do subjetivismo romântico; o personalismo cede terreno ao universalismo; o materialismo leva a negação do sentimentalismo.O Realismo preocupa-se com o presente, o contemporâneo (a volta ao passado histórico do Romantismo é posta de lado).
Os autores do Realismo são adeptos do determinismo, pelo qual a obra de arte seria determinada por três fatores: o meio; o momento; e a raça (esta dizendo respeito à hereditariedade). O avanço das ciências, no século XIX, tem grande influência, principalmente sobre os naturalistas (daí falar-se em cientificismo nas obras desse período). Ideologicamente, os autores desse período são antimonárquicos (defendem o ideal republicano); negam a burguesia (a partir da célula-mãe da sociedade, daí a presença constante dos triângulos amorosos - o pai traído, a mãe adúltera e o amante, este sempre um "amigo da casa"); são anticlericais (destacam-se os padres corruptos e beatas hipócritas).
Romance realista
É uma narrativa mais preocupada com a análise psicológica, fazendo crítica à sociedade a partir do comportamento de determinados personagens. Faz uma análise da sociedade "por cima", visto que seus personagens são capitalistas, pertencentes à classe dominante. Este tipo de romance é documental, sendo retrato de uma época. Foi cultivado no Brasil por Machado de Assis, em obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", "Quincas Borba" e "Dom Casmurro".
Romance naturalista
Sua narrativa é marcada pela análise social a partir dos grupos humanos marginalizados, valorizando o coletivo. A influência de Darwin é marcante na máxima naturalista segundo a qual o homem é um animal, deixando-se levar pelos instintos naturais, que não podem ser reprimidos pela moral da classe dominante. A constante repressão leva às taras patológicas, bem ao gosto dos naturalistas; esses romances são mais ousados, apresentando descrições minuciosas de atos sexuais, tocando até em temas como o homossexualismo. Foi cultivado no Brasil por Aluísio de Azevedo ("O Mulato") e Júlio Ribeiro. Raul Pompéia é um caso a parte, pois seu romance, "O Ateneu", apresenta características ora naturalistas, ora realistas, ora impressionistas. Existem várias semelhanças entre o romance realista e o naturalista, podendo-se até mesmo afirmar que ambos partem de um ponto comum para chegarem a mesma conclusão, sendo que percorrendo caminhos distintos.
SÍNTESE DOS AUTORES DO REALISMO/NATURALISMO BRASILEIRO:
Romance realista
Machado de Assis
Raul Pompéia (com características tanto do Realismo quanto do Naturalismo)
Romance naturalista
Social
Aluízio de Azevedo
Urbano
Júlio Ribeiro
Obras:
Padre Belchior de Pontes
A Carne
Adolfo Caminha
Obras:
O Bom Crioulo
Principais Representantes no Brasil
Machado de Assis 
Raul Pompéia
Aluízio de Azevedo

Machado de Assis (1839 – 1908). 

Machado de Assis nasceu na cidade do Rio de Janeiro, era mestiço e de origem humilde. Cresceu sob os cuidados da madrasta Maria Inês, pois assim como a mãe, a portuguesa Maria Leopoldina, seu pai, o mulato Francisco José de Assis, morreu cedo. Apesar de ter freqüentado escola pública e começado a trabalhar desde cedo, alcançou boa posição como funcionário público, cargo que lhe proporcionou tranqüilidade financeira. Casado com Carolina Xavier de Novais, Machado de Assis dedicou-se à literatura e produziu a melhor prosa brasileira do século XIX. 
O escritor compôs cerca de duzentos contos. 

Os romances e contos anteriores à década de 1880 revelam influências românticas, assim como Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Contos Fluminenses (1870) e Histórias da meia-noite (1873). 

Machado revela-se mais maduro a partir da publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas (1881); essa marca a segunda etapa de sua produção. O escritor desenvolve uma ironia feroz, retrata um humor velado e amargo em relação àquilo que retrata. 
Nessa nova fase incluem-se os romances Quincas Borba (1891), Dom Casmurro ( 1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908). Entre seus inúmeros contos estão: “O alienista”, “A cartomante”, “Missa do galo”, “Uns braços”, “O espelho”, “Cantiga de esponsais”, “Teoria do medalhão”, “A causa secreta”. 

Machado de Assis produziu uma obra inovadora, que vem conquistando consecutivas gerações de leitores.

Raul Pompéia
  
Raul Pompéia
Raul d’Ávila Pompéia nasceu no dia 12 de abril de 1863, em Angra dos Reis, RJ, e faleceu no dia 25 de dezembro de 1895 no Rio de Janeiro, RJ.
Filho de Antônio de Ávila Pompéia (advogado) e Rosa Teixeira Pompéia, mudou-se cedo com a família para a corte.

Aos dez anos foi internado no Colégio Abílio, nesse destacou-se como aluno aplicado e dedicado aos estudos.
No ano de 1879, matriculou-se no Colégio Pedro II, onde se destacou como orador e publicou seu primeiro livro, Uma tragédia no Amazonas (1880).

Começou o curso de Direito em São Paulo, no ano de 1881. Nesse contexto influencio-se com as causas abolicionistas e republicanas.
Por causa de seus ataques à oligarquia, sofreu perseguições políticas, essas provocaram sua reprovação na faculdade.

Raul e mais noventa e três acadêmicos partiram para o Recife a fim de concluir o curso.
Após alcançar seu objetivo retornou ao Rio de Janeiro, em 1885, mas não exerceu a advocacia. Na cidade do Rio de Janeiro escreveu crônicas, folhetins, artigos e contos. Foi nesse período que escreveu O Ateneu, romance de cunho autobiográfico.

Em 1893, publicou a charge “O Brasil crucificado entre dois ladrões” combatendo ingleses e portugueses, tal publicação provocou escândalo no meio político.
Olavo Bilac atacou-o num artigo de jornal. Em 1895, foi demitido da direção da Biblioteca Nacional.
Foi caluniado por Luís Murat e desprezado por toda parte, essa situação trouxe-lhe grande abatimento moral.

No dia 25 de dezembro de 1895, dia de Natal, Raul põe fim em sua vida com um tiro no coração.

Suas obras são:

- Uma tragédia no Amazonas, novela (1880);
- As jóias da coroa, novela (1882);
- Canções sem metro, poemas em prosa (1883);
- O Ateneu, romance (1888).

A obra completa de Raul Pompéia está reunida em Obras, org. de Afrânio Coutinho, 10 vols. (1981-1984).
Artigos de "Raul Pompéia"
As Joias da Coroa
Conheça a engraçada história de Manuel Paiva, um malandro que tenta roubar as jóias de um duque.
O Ateneu
O único exemplar do impressionismo brasileiro.

Álvares de Azevedo
Álvares de Azevedo – o poeta do “mal do século”
Manuel Antônio Álvares de Azevedo, nasceu aos 12 de setembro de 1831, em São Paulo. Matriculou-se no curso de Direito em 1848 e deu início à produção literária, ao passo que começou a sentir os primeiros sintomas de tuberculose.

Alguns dizem que o autor teve uma vida boêmia e para outros, uma vida casta. Contudo, suas poesias mostram uma idéia fixa em sua própria morte, provavelmente por saber do estado de saúde em que se encontrava. Entretanto, o poeta também passou pela experiência da morte prematura do irmão e de seus colegas de faculdade.

Inspirado pela literatura de Lord Byron e Musset, Álvares de Azevedo impregnou suas poesias com ares sarcásticos e irônicos e com idéias de autodestruição, morte, dor e de uma visão de amor irreal e idealizado por donzelas virgens. Além disso, seus poemas de temáticas de frustração e sofrimento ganham um ar melancólico por lembranças da infância, da mãe e da irmã.

Álvares de Azevedo parecia viver uma dualidade de sentimentos que são transpassadas para sua literatura: ora é meigo e sentimental, ora é mordaz e trágico. Por ter o pessimismo como âncora de seus poemas, foi considerado o responsável pelo “mal do século”, caracterizado pelo sentimento melancólico e pelo desencanto.

Em 1851, a idéia de que a morte era certeira em sua vida, começou a escrever cartas à mãe, à irmã e aos amigos certificando-os do seu inevitável destino.

Sua temática voltada à morte pode ser considerada também como um refúgio, uma fuga da realidade conturbada que vivia e da relação com o mundo que o cercava, o qual lhe dava sensação de impotência.
O poeta desejou tanto a morte que morreu ainda jovem, aos 20 anos, a 25 de abril de 1852.

Adolfo Caminha

Adolfo Ferreira Caminha (Aracati, 29 de maio de 1867 — Rio de Janeiro, 1 de janeiro de1897) foi um escritor brasileiro, um dos principais autores do Naturalismo no Brasil.

Obra
A sua primeira obra publicada foi Voos Incertos (1886), um livro de poesia. Em 1893, Adolfo publica A Normalista, romance em que traça um quadro pessimista da vida urbana. Usa as suas experiências e observações de uma viagem que havia feito aos Estados Unidos em 1886, para escrever No País dos Ianques (1894). No ano seguinte provoca escândalo, mas firma sua reputação literária ao escrever Bom Crioulo, abordando a questão da homossexualidade. Colabora também com a imprensa carioca, em jornais como Gazeta de Notícias e Jornal do Commercio, e funda o semanário, Nova Revista. Já tuberculoso, lança o último romance, Tentação, em 1896. Morre prematuramente no Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro de 1897, aos 29 anos.
Sua obra densa, trágica e pouco apreciada na época, é repleta de descrições de perversões e crimes.
Lista de obras
Voos Incertos (1886), poesia
Judite (1887), contos
Lágrimas de um Crente (1887), contos
A Normalista (1893), romance,[1]
No País dos Ianques (1894), romance (eBook)
Bom Crioulo (1895), romance
Cartas Literárias (1895), romance
Tentação (1896),[2]
Ângelo, romance inacabado
O Emigrado, romance inacabado

Domingos Olímpio

Domingos Olímpio Braga Cavalcanti ou Domingos Olympio Braga Cavalcanti, como se grafava seu nome na ortografia do século XIX, (Sobral), 18 de setembro de 1851 — Rio de Janeiro, 7 de outubro de 1906) foi um advogado, diplomata, jornalista, parlamentar eromancista brasileiro. É patrono da cadeira nº 8 da Academia Cearense de Letras.
Exerceu a atividade jornalística no Rio de Janeiro, em periódicos como O Comércio, Jornal do Comércio, Correio do Povo, Cidade do Rio, Gazeta de Notícias e O País. Dirigiu o periódico Os Annaes, semanário que contou com a colaboração de muitos escritores brasileiros e portugueses. Em Os Annaes publicou o romance O Almirante e deixou incompleto O Uirapuru.
Deixou diversos trabalhos, entre romances e peças, a maioria inédita em livro.
Apresentou candidatura para a Academia Brasileira de Letras, mas foi derrotado pelo poeta Mário de Alencar, filho do romancista cearense José de Alencar, tendo contado apenas com o apoio de Olavo Bilac, que faria um elogioso necrológio de Domingos Olímpio, ou Pojucan, um de seus pseudônimos.

Obras
Luzia-Homem (1903), romance, sua obra-prima
O Almirante, romance
O Uirapuru, romance inacabado
A Perdição (1874), teatro
Rochedos que Choram, teatro
Túnica Nessus, teatro
Tântalo, teatro
Um Par de Galhetas, teatro
Os Maçons e o Bispo, teatro
História da Missão Especial de Washington, relato
A Questão do Acre, história
A Loucura na Política, biografia
Domitila, teatro

REALISMO E NATURALISMO EM PORTUGAL

REALISMO
REAL (do latim res) = fato; ISMO = crença, doutrina;
É a doutrina pautada na análise dos fatos;
Movimento literário de oposição aos ideais do Romantismo no que se refere à subjetividade;
MARCO INICIAL DO REALISMO NA FRANÇA (autor principal):Gustave Flaubert;
Período de profundas transformações: segunda fase da Revolução Industrial (aumento das fábricas e mão de obra assalariada, o proletariado; utilização do petróleo, eletricidade, aço, construção das estradas de ferro; início da estruturação do capitalismo);
Doutrinas filosóficas: positivismo (rejeição da metafísica; pensamento científico); Manifesto Comunista de Marx; Teoria da Evolução de Darwin;
Descrição fiel dos fatos.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO REALISMO:
Objetivismo: autor mantem-se distante dos fatos narrados;
Universalismo: o "eu" cede lugar ao coletivo;
Personagens esféricas, em oposição às personagens lineares: mais complexas e dinâmicas;
Contemporaneidade: valoriza-se o presente, o hoje - crítica social: desmascarar a imoralidade da igreja e da burguesia da época;
Detalhismo: retrato fiel da realidade.
NATURALISMO:
Vertente do Realismo, com suas características levadas ao extremo;
Determinismo: homem determinado pelo meio, pela raça e pelo momento;
Cientificismo;
Romance realista x Romance naturalista: Realismo - romance documental; análise exterior e interior; ênfase psicológica; classes sociais dominantes; interpretação indireta;Naturalismo - romance experimental; análise exterior; ênfase biológica; classes sociais dominadas; interpretação direta.
REALISMO EM PORTUGAL:
Início: Questão Coimbrã - choque entre dois movimentos: escritores românticos em Lisboa e jovens estudantes da Universidade de Coimbra; crítica à obra de Antero de Quental por Antonio Feliciano de Castilho;
Conferências Democráticas do Cassino Lisbonenese: reuniões em que os jovens realistas discutiam questões da nova tendência, mostrando-se contrários aos ideais românticos que ainda perduravam em Portugal.
AUTORES DO REALISMO EM PORTUGAL:
- EÇA DE QUEIRÓS:
maior romancista português de todo o século XIX;
"O homem é um resultado, uma conclusão e um procedimento das circunstâncias que o envolvem. Abaixo os heróis" - influência determinista;
Postura de recusa ao Romantismo;
"O Realismo é uma reação contra o Romantismo: O Romantismo era a apoteose do sentimetno: - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos - para condenar o que houver de mau na nossa sociedade"/
Retratou as grandes mazelas da sociedade portuguesa;
FASES DA OBRA DE EÇA DE QUEIRÓS: 1ª FASE - influência romântica; obra: O mistério da estrada de Sintra, escrito em parceria com Ramalho Ortigão; 2ª FASE - caráter realista/naturalista - obras: O Crime do Padre Amaro; O primo Basílio; Os Maias. Romance de tese - ideia inicial que seria desenvolvida a partir das ações das personagens. As três obras citadas compõem o que essa chamou de "Cenas Portuguesas";3ª FASE - pós-realista - obras: A ilustre casa de Ramires; A cidade e as serras; A relíquia - autor preocupado com valores tradicionais da vida portuguesa, da existência humana e da vida campestre;
A ênfase da obra de Eça de Queirós é a crítica à alta burguesia e ao clero português - objetivo: "pintar a sociedade portuguesa" e sua "podridão".
Grupo 6 : Alunos que ajudaram : Lucas dos Santos, Douglas, Beatriz Princesa, Rayane e Luis Felipe